Nesse período de campanha eleitoral, os índices de poluição sonora aumentam em demasia nas cidades. Dezenas de veículos circulam pelas ruas com propaganda sonora dos candidatos a prefeito e a vereador. A novidade neste ano mostra que ações de combate ao barulho intenso começam a se espalhar no Interior. Começou por Crateús, chegou a Quixadá e agora em Iguatu a Justiça Eleitoral proibiu a circulação de carros e motos de publicidade no centro da cidade.
A reclamação partiu dos comerciantes, que não mais suportavam o excesso de veículos circulando no centro com as propagandas dos candidatos. Eram dezenas de carros, praticamente um atrás do outro. "A situação chegou a um ponto crítico", observou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Iguatu (CDL), Ariosto Holanda.
Controle
Anteriormente, o promotor eleitoral da 13ª Zona Eleitoral (Iguatu e Quixelô), Francisco das Chagas da Silva, havia reunido as coligações partidárias que disputam o pleito municipal e determinado o cadastro dos veículos de propaganda volante e estabelecido o limite de volume de som de 70 decibéis. "Firmamos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o controle do volume de som", disse. "Quem desrespeitar o acordo pode ser processado e ter o veículo apreendido". Apesar do volume de som controlado, o excesso de veículos em circulação no centro comercial trouxe transtornos para os comerciantes.
Outro agravante foi a realização de carreatas e queima de fogos durante o horário comercial, aos sábados, dia de feira livre, e de maior movimentação de consumidores. "A gente não conseguia trabalhar, atender os fregueses era uma barulheira insuportável", disse a vendedora, Ana Lúcia Moreira.
A Justiça Eleitoral promoveu uma reunião para debater a questão da poluição sonora e a mobilização para o encontro foi da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu. O encontro contou com a participação do juiz eleitoral de Iguatu, Josué de Souza Lima Júnior, do promotor eleitoral, Francisco das Chagas da Silva, de candidatos a cargo majoritário e representantes de coligações partidárias.
Ficou definido que no centro comercial não haverá mais a circulação de veículos de propaganda sonora numa área estabelecida pela Justiça Eleitoral. "Concordamos com a decisão que vai trazer benefícios para todos e em particular para o setor lojista", observou Ariosto Vale. "A intensa movimentação estava prejudicando o setor comercial e causando impacto negativo na vida da população".
O líder lojista disse que a solicitação não é um anseio apenas da CDL, mas também das demais entidades do comércio, e dos próprios empresários. "Precisamos dar o exemplo sobre aquilo que de melhor queremos para a nossa cidade, a publicidade eleitoral volante no centro comercial não acrescenta nada a campanha dos candidatos, muito pelo contrário, gera uma situação de constrangimento e antipatia, porque chega a irritar as pessoas", disse.
Os representantes das coligações que disputam o pleito concordaram com a decisão anunciada pelo juiz em proibir a circulação dos carros de som pelo centro comercial e se comprometeram em cooperar para uma campanha eleitoral equilibrada, com foco em propostas concretas para o desenvolvimento daquele Município. Ao final da reunião, todas as coligações concordaram em suspender as carreatas e a queima de fogos. Tradicionalmente, o pleito eleitoral em Iguatu é disputado sob forte tensão. Havia o temor de encontro de eleitores nesses eventos, atos de provocação que poderiam gerar violência.
Fonte: Lindomar Rodriguês
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