Corpo de um dos
bebês está no Instituto Médico Legal em Aracaju (Foto: Fredson Navarro/G1 SE)
Duas mães tiveram os corpos dos bebês que nasceram
mortos no dia 17 de outubro trocados na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes em
Aracaju. A confirmação só ocorreu no sábado (27) após um dos pais reconhecer a
troca e pedir providência a maternidade.
Maria Rejane Alves de Oliveira, 24 anos, que mora no município de Japaratuba, estava no sexto mês de gestação quando passou mal e foi levada a um hospital de Capela e em seguida a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foi onde receber a notícia que seu bebê estava morto. O parto foi feito de forma normal e ela permaneceu internada até o sábado (20).
Maria Rejane Alves de Oliveira, 24 anos, que mora no município de Japaratuba, estava no sexto mês de gestação quando passou mal e foi levada a um hospital de Capela e em seguida a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foi onde receber a notícia que seu bebê estava morto. O parto foi feito de forma normal e ela permaneceu internada até o sábado (20).
O esposo dela Edvaldo da Graça chegou a ver o bebê
e fotografá-lo, mas quando retornou para busca-lo para fazer o sepultamento foi
surpreendido com o desaparecimento do corpo. “Eu tirei fotos do meu filho já
morto e revelei para guardar de lembrança e quando fui pegar ele para enterrar
ele não estava mais no necrotério do hospital. O funcionário procurou e até
quis me convencer que um dos bebês de lá era meu, mas tenho certeza que não
era”, afirma Edvaldo.
O pai da criança entrou em contato com a direção da
maternidade e pediu providencias e de imediato um processo administrativo para
apurar do caso foi aberto. “Solicitamos toda a documentação de entrada e saída
de corpos desde a data do óbito do bebê para apurarmos caso a caso para
identificar o mais rápido possível o que aconteceu, se houve erro do servidor
do necrotério ou de outra família que teria reconhecido o feto errado. Tudo
precisa ser considerado em uma avaliação como esta”, afirma o procurador da
FHS, Carlos Diego de Freitas.
Existe um protocolo para a retirada de um feto do
necrotério, mas ele é falho, pois os pais não são obrigados a ver o corpo da
criança. Assim que o bebê morre, os pais recebem a Declaração de Óbito para
providenciar a Certidão no cartório da própria maternidade.
Na sexta-feira (26) o caso começou a ser desvendado
quando Rosilene dos Santos, de 31 anos, moradora do município de Amparo de São
Francisco, que também estava grávida e esteve na maternidade no mesmo dia que
Maria Rejane recebeu a visita de peritos e técnicos do IML em sua casa.
Rosilene estava grávida de gêmeos, um dos bebês
nasceu morto e o outro morreu após alguns minutos de vida. “Um estava com mal
formação do feto e o outro nasceu normal, meu marido não quis ver o que nasceu
com mal formação, mas viu o que nasceu vivo e providenciou o sepultamento após
dois dias”, explica.
Ancelmo Júnior, o pai dos bebês, explica que tudo
ocorreu de forma tranquila. “Fui no necrotério com os documentos necessários e
fui até uma funerária contratar os serviços. Funcionários da funerárias foram
até a maternidade, preparou os dois corpos no mesmo caixão e levaram para
Japaratuba onde fizemos o sepultamento”, conta.
Após uma semana, o casal Ancelmo e Rosilene foram
surpreendidos com a chegada de peritos que logo informaram que um dos corpos
poderia ser de outro casal. “Desenterramos o caixão e os peritos examinaram e
logo perceberam que um corpo não era nosso filho, eles levaram no dia seguinte
e trazeram o outro que foi sepultado no mesmo local. Nossa família já estava
muito abalada com as mortes e agora ficou ainda mais, foi tudo muito delicado e
desnecessário, faltou mais profissionalismo na maternidade”, lamenta.
O casal Edvaldo da Graça e Maria Rejane que
aguardava a localização do bebê recebeu um telefonema no sábado (27) da
maternidade informando que o corpo foi encontrado e que está no IML. “A dor é
grande, mas agora estamos mais conformados. Na terça vamos em Aracaju retirar o
corpo para fazer o sepultamento em nossa cidade”, adiantou a mãe.
A assessoria de imprensa da Maternidade Nossa
Senhora de Lourdes não foi encontrada para comentar o caso.
Fonte: G1 SE
Fonte: G1 SE
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