Militar busca, em
2009, ossadas de guerrilheiros mortos durante a ditadura, em São Geraldo do
Araguaia (Foto: Joel Silva/Folhapress)
Chega a 25 o número de restos mortais de supostos
guerrilheiros que estão sob investigação do Grupo de Trabalho Araguaia (GTA). O
mais recente foi encontrado pelo grupo em um antigo cemitério de São Geraldo do
Araguaia, no Pará. Suspeita-se que este seja mais um caso de assassinato
cometido durante a ditadura militar (1964-1985).
Esta foi a quinta expedição feita pelo GTA,
que iniciou os trabalhos em junho. Desta vez, o trabalho ficou concentrado em
Xambioá, no Tocantins, e São Geraldo do Araguaia, cidades separadas pelo Rio
Araguaia. De acordo com o Ministério da Defesa, as localidades eram foco da
guerrilha que então ocorria na região do Bico do Papagaio, atual estado do
Tocantins.
A equipe de arqueologia desenvolveu um
trabalho de prospecção em antigas bases militares de Xambioá e do Morro do
Urutu, localizadas na Serra das Andorinhas, no Pará, onde, segundo fotografias,
bibliografias e relatos, foram encontrados vestígios materiais que servirão de
subsídios para saber como eram e funcionavam tais bases. Os trabalhos partem de
relatos orais de pessoas que conheciam as matas da região, além de ex-soldados
e parentes dos guerrilheiros.
Esta foi a última expedição do ano.
Recentemente, uma nova sentença judicial determinou a prorrogação dos trabalhos
até 2013. Entre os profissionais que compõem a equipe há historiadores,
sociólogos e antropólogos, o que, segundo o Ministério da Defesa, possibilita
um trabalho com base em muita pesquisa e metodologias. Eles fazem as
escavações, mas a manipulação de todos os restos mortais é feita exclusivamente
por peritos. Basicamente, é um trabalho de reconhecimento, para identificar e
devolver os corpos às famílias.
Antes de o grupo ser instituído, as
investigações eram feitas por parentes dos desparecidos e por outros órgãos. Em
2009, foi criado o GT Tocantins, integrado apenas pelo Ministério da Defesa.
Posteriormente, o grupo passou a ser chamado GT Araguaia, incluindo em sua
constituição o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos
Presidência da República.
Ao todo, 25 restos mortais já foram
encontrados desde a década de 1990 na região. Os despojos foram levados para
capital federal e encaminhados à Universidade de Brasília (UnB) para exames
antropométricos – nos quais são feitas diversas medidas corporais para efeito
de comparação com dados anteriores à morte – e, posteriormente, análises
periciais. Dois corpos já foram identificados: os de Maria Lúcia Petit e de
Bergson Gurjão.
Nas cinco expedições feitas em 2012, o GTA
exumou oito restos mortais. Todos encontrados no Pará e no Tocantins. O grupo
ressalta a importância da colaboração da população nas investigações sobre a
guerrilha do Araguaia, por meio de um serviço de denúncias, o Disque 100. As
ligações podem ser feitas gratuitamente a partir de telefone fixo ou celular.
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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