A presidente Dilma Rousseff confirmou
nesta quarta (23), em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, a
redução na tarifa de energia elétrica divulgada mais cedo pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel). A presidente disse também que "fracassaram"
as previsões daqueles que "são do contra" e, segundo ela, afirmaram
que o governo não conseguiria baixar o custo da conta de luz.
Segundo Dilma, o corte na tarifa de energia para
residências será de 18% e para a indústria, de até 32%, mesmos percentuais
informados pela Aneel no início da tarde. Os cortes são ainda maiores que
os anunciados pela própria presidente em setembro, quando ela afirmou que
a redução média seria de 16% para residências e de até 28% para a indústria.
A nova tarifa entrará em vigor nesta quinta-feira
(24), segundo anunciou a presidente, e será formalizada por meio de um decreto
e de uma medida provisória.
“A conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18%
para o consumidor doméstico e até 32% para indústria, agricultura, comércio e
serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de
transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia e ela irá
crescer ainda nos próximos anos”, disse Dilma durante o pronunciamento, de
pouco mais de oito minutos.
A prresidente criticou as previsões de que o corte
na tarifa a ser anunciado seria menor do que o pretendido pelo governo.
“Como era de se esperar, essas previsões fracassaram”, afirmou. Para Dilma,
“aqueles que são do contra estão ficando para trás”.
Em dezembro de 2012, o secretário-executivo de
Minas e Energia, Márcio Zimmermann chegou a afirmar que não seria
possível reduzir as tarifas no percentual anunciado inicialmente pelo governo
devido à recusa de algumas empresas de energia. Rejeitaram as condições do
acordo proposto pelo governo Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais), Copel
(Paraná) e Celg (Goiás). Os quatro estados são governados pelo PSDB, que faz
oposição ao governo federal.
“Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas,
por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões
sem fundamento quando os níveis dos reservatórios [das hidrelétricas] baixaram
e as [usinas] térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar,
essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt
que precisava e, agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser
menos exigidas”, declarou Dilma, em referência ao fato de que a energia
produzida pelas térmicas é mais cara que a das hidrelétricas.
Segundo a presidente, “cometeram o mesmo erro de
previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta
de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela
seria menor que o índice que havíamos anunciado”, afirmou.
Dilma esclareceu que mesmo a população dos estados
cujas concessionárias de energia se recusaram a aderir ao plano terão suas
contas de energia reduzidas. “Espero que em breve, até mesmo aqueles que foram
contrários à redução da tarifa, venham a concordar com o que eu estou dizendo”,
declarou.
Racionamento
A presidente Dilma Rousseff afastou a possibilidade de o país enfrentar racionamento de energia. Segundo ela, o Brasil “vive uma situação segura na área de energia” e o sistema do país “é um dos mais seguros do mundo”.
A presidente Dilma Rousseff afastou a possibilidade de o país enfrentar racionamento de energia. Segundo ela, o Brasil “vive uma situação segura na área de energia” e o sistema do país “é um dos mais seguros do mundo”.
“O Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais
barata. Isso significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para
o presente e futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de
estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo”, afirmou durante o
pronunciamento.
Ex-ministra de Minas e Energia durante o governo do
ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, Dilma apresentou dados técnicos da
área energética. Segundo ela, o país aumentará em mais de 7% a produção
de energia em 2013 colocando em operação mais 8.500 megawatts de energia e mais
7.540 km de novas linhas de transmissão.
“Temos uma grande quantidade de outras usinas e
linhas de transmissão em construção ou projetadas. Elas vão nos permitir
dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é
de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o Brasil
precisa para crescer e bem neste e nos próximos anos”, afirmou.
Dilma disse ainda que é “usual, normal e seguro” o
acionamento das usinas termelétricas. Essas usinas foram acionadas no fim do
ano passado para suprir a queda na geração de energia das usinas hidrelétricas.
O acionamento foi necessário porque a pequena quantidade de chuvas do início do
verão levou a níveis baixos os reservatórios das hidrelétricas.
“Não há maiores riscos ou inquietações”, disse a
presidente. “Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas”, declarou.
Dilma encerrou seu pronunciamento dizendo que o
país venceu “o pessimismo e os pessimistas”. “Somente construiremos um Brasil
com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos nossa fé no Brasil acima dos
nossos interesse políticos e pessoais”, afirmou.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da presidente em cadeia nacional de rádio e TV:
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da presidente em cadeia nacional de rádio e TV:
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a
partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros.
Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos
dando um índice de redução maior do que o previsto e já anunciado. A partir de
agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata.
É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não
é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar
o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e
bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos,
facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os
pobres e para a classe média. Ao mesmo tempo, estamos ampliando o investimento
na infraestrutura, na educação e na saúde e nos aproximando do dia em que a
miséria estará superada no nosso Brasil.
No caso da energia elétrica, as perspectivas são as
melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência
energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico.
Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da
energia e aumentando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de
dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor
doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e serviços. Ao
mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão,
vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda
mais nos próximos anos.
Esse movimento simultâneo nos deixa em situação
privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez
melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que
suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou
de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. No
ano passado, colocamos em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de
linhas de transmissão.
Este ano, vamos colocar mais 8.500 megawatts de
energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. Temos uma grande quantidade de
outras usinas e linhas de transmissão em construção ou projetadas. Elas vão nos
permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica,
que hoje é de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o
Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil vive uma situação segura na área de
energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor
elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia.
Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas,
temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na
maioria dos países.
Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e
eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi
concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos
reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são
acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o
suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou
inquietações.
Surpreende que, desde o mês passado, algumas
pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito
previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as
térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões
fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único kilowatt que precisava, e
agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas.
Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam,
primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram
a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o
índice que havíamos anunciado.
Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando
seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada
um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor
produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego.
Todos, sem exceção, vão sair ganhando.
Aproveito para esclarecer que os cidadãos atendidos
pelas concessionárias que não aderiram ao nosso esforço terão, ainda assim, sua
conta de luz reduzida, como todos os brasileiros. Espero que, em breve, até
mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o
que eu estou dizendo.
Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do
contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio
a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no
passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os
que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da
miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média.
Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos
conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar
nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de
compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os
brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na
mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas,
brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza.
O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido
por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que
têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas,
estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos
brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo ainda
melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e
construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um
Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil
acima dos nossos interesses políticos ou pessoais.
Muito obrigada e boa noite.
Fonte: G1
Fonte: G1
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