segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Advogado da banda diz que boate em Santa Maria (RS) teve curto-circuito antes do show


O advogado da banda Gurizada Fandangueira, Omar Obregon, disse nesta segunda-feira (4) que, além da superlotação, a boate Kiss, em Santa Maria (301 km de Porto Alegre), também apresentou problemas de curto circuito anteriores ao incêndio que deixou 237 mortos e mais de 100 feridos na madrugada do último dia 27.

Em entrevista, Obregon afirmou que o local, que já era palco de apresentações da banda há pelo menos um ano, havia apresentado problemas de curto-circuito, na rede de eletricidade, anteriormente à tragédia. "Tanto que, no dia da apresentação, a caixa de som que fazia o retorno [de áudio] aos músicos estava sem funcionar por essa razão", disse o advogado.

De acordo com Obregon, hoje os dois integrantes da banda que faltavam ser ouvidos pela Polícia Civil prestaram depoimento na delegacia regional de Santa Maria. Também do grupo, estão presos temporariamente desde a última segunda-feira (28) o vocalista, Marcelo Santos, e o produtor, Luciano Bonilha.

"Eles depuseram e confirmaram a versão já dada pelo Marcelo e pelo Luciano de que sempre se apresentaram na Kiss da mesma maneira como no dia do incêndio; nunca houve qualquer requerimento do Kiko para que não usassem pirotecnia", disse o advogado, referindo-se ao empresário Elissandro Spohr, também com prisão preventiva decretada, a exemplo do sócio, Mauro Hoffmann.

Em entrevista veiculada nesse domingo (3) pelo programa Fantástico, da TV Globo, Spohr negou que soubesse do uso de pirotecnia por parte do grupo. "A banda nunca falou comigo sobre isso. Eu nunca autorizei isso. Faz dois anos, eu acho, que a banda toca lá [na boate Kiss]. Eu vi no mínimo 30 shows deles. Nunca fizeram isso, nem na Kiss. Vi shows deles em outros lugares, eles também nunca usaram isso. Se eu soubesse que iam usar, não deixaria", declarou.

"Tanto é verdade que [os músicos da banda] sempre fizeram isso que, no último dia 21, realizaram o mesmo show que o da Kiss na boate Absinto, do Mauro [Hoffmann]", reforçou Obregon, que completou: "O Kiko permitiu o show como realizado, na Kiss, e agora está fazendo o jogo dele. Mas ele é contratante; é ele quem dá as condições de trabalho", defendeu.

Pedido de liberdade e retratação

O advogado afirmou que apresentará à Justiça nos próximos dias pedido de liberdade aos clientes. Antes, porém, disse que aguardará resposta da Polícia Civil a um pedido de retratação aos clientes e que, segundo ele, estaria diretamente relacionado a um dos argumentos da Polícia Civil para os pedidos de prisão: o fato de Santos e Bonilha terem sido presos fora de Santa Maria.


"Eles foram à cidade de Mata (cerca de 70 km de Santa Maria) para o enterro de um companheiro da banda que morreu no incêndio, mas tinham autorização verbal da polícia para ir até lá. Não tinham qualquer intenção de fuga", sustentou.

Fonte: UOL 

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