Torcedor é escoltado
pela polícia após prestar depoimento sobre a morte no jogo (Foto: AP Photo)
Dois dos 12 torcedores do Corinthians detidos na Bolívia
estão sendo apontados como os principais responsáveis pela morte do garoto
Kevin Estrada, de 14 anos, durante o jogo de quarta-feira entre o clube
brasileiro e o San José, pela Copa Libertadores, afirmou nesta sexta-feira o
advogado de defesa.
Todos os torcedores estão detidos em uma prisão na cidade de Oruro, 240 km ao
sul de La Paz, onde aconteceu a partida válida pela fase de grupos da
competição.
"A partir das declarações preliminares ante o promotor do caso,
considera-se que 10 torcedores não tiveram nenhum envolvimento, no entanto,
durante as investigações, foram encontrados nas mochilas de dois dos detidos
explosivos", afirmou Jaime Flores, advogado boliviano dos brasileiros.
Um sinalizador disparado na quarta a partir da arquibancada onde estavam cerca
de 300 torcedores do Corinthians atingiu a cabeça do jovem torcedor do San
José, matando-o quase que imediatamente. O incidente ocorreu pouco depois
que o atacante do Corinthians, o peruano Paolo Guerrero, marcou o primeiro gol
da partida, que terminou em 1 a 1. A jogo continuou, enquanto o menino era
levado em vão a um hospital público local.
O advogado Flores disse que espera que ainda nesta sexta-feira a promotoria da
cidade andina de Oruro definia as medidas cautelares para os dois
suspeitos. Os torcedores do Corinthians detidos disseram à imprensa
brasileira que foi "um acidente" e que o sinalizador disparou sem o
intuito de prejudicar alguém.
Enquanto isso, o atual campeão da Libertadores foi condenado na quinta pela
Conmebol. A entidade sul-americana de futebol decidiu que a equipe jogará suas
partidas em casa "a portas fechadas", ou seja, sem público, e para os
jogos fora de casa "será proibida a venda de ingressos" para os seus
torcedores.
O Corinthians anunciou nesta sexta-feira que apelará esta "injusta"
sanção: "A direção do Sport Club Corinthians comunica a seus
torcedores que esgotará todos os recursos legais para reverter a decisão
imposta pela Conmebol", indicou o clube em um comunicado.
No texto, o clube paulista indica que a sanção imposta é injusta na medida que
prejudica diretamente o direito de inocentes" porque "não só (afeta)
o clube, mas principalmente os 80 mil torcedores que perderam o direito" de
assistir a partida.
Um porta-voz da Conmebol explicou na quinta-feira que a sanção será mantida até
que a polícia boliviana esclareça os fatos que levaram à morte do jovem
Kevin. O Corinthians pediu para aqueles que já compraram ingressos
antecipados que esperem até a próxima quarta-feira, quando o time recebe o
Millonarios, acreditando que a decisão será revertida.
"A direção do Corinthians esclarece que confia na justiça, no sentido
comum da Conmebol e de seus órgãos disciplinares", acrescenta o texto
publicado no site do clube.
O governo brasileiro lamentou o incidente e a Bolívia anunciou medidas para
impedir a entrada definitiva de explosivos em todos os recintos
esportivos. O clube declarou luto de sete dias, durante os quais os
jogadores usarão uma faixa preta nos próximos jogos contra o Bragantino, pelo
campeonato paulista, e Millonarios.
Fonte: UOL Esporte
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