Um manifestante tibetano encharcou-se com gasolina e
ateou fogo ao próprio corpo nesta quarta-feira no Nepal, no mais recente
protesto contra a presença e controle da China sobre o Tibete.
Testemunhas disseram que um homem
vestido como monge entrou em um café na capital Katmandu, em um distrito onde
se localizam vários templos e monastérios budistas, e pediu para usar o
banheiro. Após algum tempo, o homem foi para a rua e ateou fogo em si mesmo.
Ele chegou a correr alguns metros
coberto em chamas e gritando contra a presença da China antes de cair. Keshav
Adhikari, da polícia local, disse que pessoas que estavam no local e outros
policiais conseguiram extinguir as chamas e levar o manifestante a um hospital,
onde ele se encontra em estado grave. O protestante ainda não foi identificado,
mas aparenta ter pouco mais de 20 anos, segundo Adhikari.
Desde 2009, 100 monges, freiras e
manifestantes tibetanos atearam fogo ao corpo em vários países, muitos deles
dentro da própria China, segundo dados do governo tibetano no exílio, sediado
na cidade indiana de Dharamshala. O balanço anterior apontava que 99
tibetanos se imolaram com fogo desde 2009, com um total de 83 mortos.
Os
protestantes pedem que o governo de Pequim permita uma maior liberdade
religiosa e o retorno do exílio de seu líder espiritual, o Dalai Lama. Os
representantes tibetanos atribuem o aumento das imolações à frustração
imperante no Tibete ante a repressão exercida pela China contra sua religião e
sua cultura.
Pequim acusa
o Dalai Lama de estimular as imolações. O Tribunal Supremo e as principais
instâncias judiciais e policiais chinesas anunciaram em dezembro que qualquer
pessoa que ajude ou estimule um tibetano a cometer um ato de imolação será
processada por “homicídio doloso”.
Fonte: Terra
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