Nos dias de jogos da Copa das Confederações, a
Aeronáutica terá permissão para abater aeronaves em espaço aéreo
brasileiro consideradas hostis sem precisar da autorização da Presidência
da República. Nas próximas semanas, um decreto será publicado pela presidente
Dilma Rousseff autorizando a operação defensiva, que só será adotada em caso de
necessidade extrema.
Pela lei brasileira, em tempos de paz, aviões só
podem ser abatidos do ar pelas Forças Armadas após autorização expressa do
Palácio do Planalto. Mas, de acordo com o coronel aviador Alcides Teixeira
Barbacovi, chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Defesa Aeroespacial
Brasileiro, durante a Copa das Confederações, que começa no próximo dia 15,
será delegado o poder de policia ao Comandante da Aeronáutica.
Isso significa que a decisão de abate , que no
momento é prerrogativa exclusiva da Presidente da República, poderá ser tomada
pelo comandante da Aeronáutica. Com esse expediente, o tenente brigadeiro do Ar
Juniti Saito poderá autorizar a derrubada de qualquer aeronave que coloque em
risco grave a segurança nacional durante da Copa das Confederações.
Na última quarta-feira, a FAB (Força Aérea
Brasileira) anunciou quais serão as alterações na política de controle do
espaço aéreo brasileiro durante o torneio da Fifa, que acontecerá em seis
capitais do país. Os militares aproveitaram a oportunidade para demostrar à
imprensa suas capacidades e operações de defesa, simulando a interceptação de
um avião suspeito por uma par de caças F5M.
Será criada uma área reservada no espaço aéreo,
onde qualquer avião que não se identificar ao ingressar, será interceptado em
até três minutos. Na área proibida, somente aeronaves militares, de salvamento
ou essenciais para o funcionamento do evento, como as de imprensa, poderão
voar.
SISTEMA DE DEFESA EM FORMAÇÃO
O governo federal brasileiro está preparando um esquema de defesa aérea para proteger os estádios e praças esportivas do país contra eventuais ataques - terroristas ou não - durante a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. O plano, porém, só contará com todo o equipamento esperado depois do Mundial de futebol, que ocorre em junho de 2014.
Para garantir que ninguém esteja onde não deve, a
FAB vai contar com pelo menos três aeronaves no ar fazendo o policiamento do
espaço aéreo da cidade-sede nos dias de jogos. São elas: um caça supersônico
F5M, um avião de ataque leve Super Tucano e um helicóptero artilhado (Black
Hawk ou Sabre), com o eventual apoio de uma avião radar R99 e de um
reabastecedor. No solo ficarão mais um de cada modelo para fazer o revezamento.
Segundo a FAB, esta operação não irá afetar a
defesa das fronteiras do país, realizada com caças que compõem a frota da
operação permanente Alerta Brasil, sempre a postos para defender intrusões do
espaço aéreo nacional.
No exercício militar realizado na última
quarta-feira, um avião Brasília C-97 do Terceiro Esquadrão de Transporte Aéreo
representou o papel do avião suspeito. Simulando um voo com transponder
(sistema de comunicação com outras aeronaves) desligado, ele foi interceptado
por um par de F5Ms que, por rádio, exigiram que a aeronave se identificasse e
os acompanhasse para a base aéra de Santa Cruz.
Lá, o avião foi abordado por uma tropa da
infantaria da Aeronáutica, que se assegurou que o aviao e os seus ocupantes não
eram hostis. Segundo a FAB,1.200 dessas tropas ficarão à disposição durante a
Copa das Confederações para qualquer eventualidade.
Fonte: Uol
Fonte: Uol
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