Começa hoje às 14h00, no Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento do mensalão. O esquema de pagamento de mesada a parlamentares, envolvendo empresários do ramo de publicidade, dirigentes de partidos e parlamentares que davam sustentação política ao primeiro Governo do presidente Lula, é considerado um dos maiores escândalos dos últimos 10 anos da política brasileira.
São 38 denunciados, entre atuais e ex-deputados federais, dirigentes de siglas partidárias e servidores públicos. Um dos nomes de maior expressão, entre os denunciados, é do ex-ministro da Casa Civil no Governo Lula, José Dirceu. Foram sete anos de investigação, desde denuncia do, também, envolvido e então deputado federal Roberto Jefferson (PTB).
O destino dos réus deverá ser conhecido em meados de setembro, depois que os 11 ministros do STF se pronunciarem sobre os sete crimes de que são acusados. O processo de julgamento deixa dúvidas sobre a participação dos ministros César Peluzo, que, no dia 3 de setembro completa 70 anos, o que o leva à aposentadoria compulsória, e Dias Toffoli, ex-advogado do PT. Dias sofre pressão para não participar do julgamento.
Que atirem a primeira...
O mensalão é sem dúvidas, se não o maior, o mais badalado escândalo da história recente da política brasileira. Mas, o problema é que esse não foi, e nem será, o único caso de corrupção nesse formato. Ou alguém já esqueceu do mensalão do DEM em Brasília. Ou em Rondônia, denunciado pelo próprio governador. O mensalão não é um problema isolado; é uma praga que corrompe a política brasileira independente do partido, cidade ou estado. Aqui em Juazeiro, por exemplo, um vereador deixou a entender que alguns vereadores só votavam em determinados projetos se recebessem.
Esse não é um problema do Zé Dirceu, do PT, do DEM de Brasília ou do PTB do Roberto Jeferson. Esse é um problema da sociedade brasileira. É um problema da educação deficiente que nos fazem analfabetos funcionais, sem consciência crítica; nos empurrando para escolher governantes corruptos sem compromissos com as nossas necessidades sócias. Não resolve o problema apontarmos o dedo aos denunciados. Eles erraram e devem ser punidos. Mas a questão é: quantos mais teremos que punir até que se acabe com a corrupção no Brasil. Digo: é impossível calcular se não atentarmos para a melhoria da educação.
Fonte: Site Miséria
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