quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Seca no Ceará provoca alta nos preços

Nos armazéns de Quixadá, que abastecem também outras cidades do Sertão Central, o valor dos produtos deve ficar ainda mais caros (Foto: Alex Pimentel/Diário do Nordeste)
Os preços do arroz, do milho e da farinha, alimentos comuns na mesa sertaneja, estão começando a disparar no Sertão Central do Estado. Nos armazéns de Quixadá, responsáveis também pelo abastecimento das cidades vizinhas, devem subir em média 40% até o fim do mês. São os efeitos da pior seca registrada nos últimos 30 anos no nosso Estado. Afetou todo o semiárido, provocando a perda das safras dos cereais mais consumidos pelos nordestinos.

Segundo o comerciante Gilberto Falcão, com mais de três décadas dedicadas ao ramo, o impacto só não é maior porque os atacadistas estão controlando a alta dos preços. O fardo de arroz está sendo vendido na cidade a R$ 57,00. Até o fim do mês, a saca de 40 quilos deverá estar ultrapassando R$ 60,00.

Antes da seca, não passava dos R$ 47,00. A maior parte do arroz comercializado na região vem do Rio Grande do Sul, mas é produzido na Argentina, e chega ao Ceará de navio. No caso da farinha, a saca de 50 quilos custava no máximo R$ 60,00, mas deve chegar a R$ 90,00 até o fim de setembro. A produção do Estado está acabando, o jeito vai ser apanhar em Pernambuco.

Milho

Ainda conforme o comerciante, o problema mais grave é com relação ao milho. O produto subsidiado pelo Governo Federal ainda não chegou aos armazéns. Quem tem urgência na compra é obrigado a recorre aos atravessadores, sem a certeza da origem.

Enquanto na tabela da Conab está registrada a R$ 32,00, a saca está custando em média R$ 50,00. O efeito também atinge o preço do quilo de frango abatido. Nas últimas semanas, pulou de R$ 3,00 para R$ 5,00. Mas, segundo Falcão, o consumidor sentirá as altas gradativamente.

Apenas o feijão de corda continua com o preço estável, na casa dos R$ 3,00 e R$ 4,00 o quilo. Como o ciclo de produção é curto, cerca de dois meses, e está sendo cultivado através de irrigação, na Chapada do Apodi, não deve subir. No período da quadra invernosa estava custando de R$ 6,00 a R$ 7,00. Considerando que o grão é o principal alimento do cearense, passou a ser produzido em maior escala quando a estiagem se consolidou e a procura aumentou.

A gerente do Atacado São Geraldo, Neylivania Lemos, concorda com Falcão. Os preços nas prateleiras sobem, mas aos poucos. Afinal, a maior clientela são os agricultores, que perderam toda a safra com a seca. Como não tem produção para vender, ficam sem dinheiro para comprar.

Mesmo assim, uma alternativa é comprar o quilo do arroz no atacado. O intermediário custa R$ 1,78, caso o consumidor leve mais de 10 quilos. Optando por menos, o preço é de R$ 1,89. A alternativa encontrada foi a compra de containers fechados. Mesmo assim, as vendas caíram mais de 30% em agosto.

Fonte: Diário do Nordeste

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