terça-feira, 19 de março de 2013

Ceará deve receber R$ 1 bi para transmissão de energia


O Ceará deve receber mais de R$ 1 bilhão até 2017 em investimentos para novas linhas de transmissão e subestação de energia elétrica, segundo levantamento divulgado ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre o novo ciclo do Programa de Expansão da Transmissão (PET) 2013-2017.

Para o Nordeste, a previsão é que o valor alcance os R$ 2,5 bilhões, enquanto em todo o País será de R$ 14, 6 bilhões para novos projetos de instalações de transmissão da Rede Básica.

No Estado, devem ser destinados R$ 786 milhões para as linhas de distribuição e cerca de R$ 296 milhões para as subestações previstas. A expectativa é que sejam 2.418 quilômetros em linhas de transmissão no Nordeste e um total de cinco novas subestações.

Segundo o consultor na área de energia elétrica da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, os investimentos para o sistema de energia eólica, contratado em leilão, podem ser considerados empreendimentos "mais seguros de que realmente vão acontecer".

"No Ceará, temos 60 Megawatts (MW) instalados (por geradoras de energia eólica) e 1.200 (MW) contratados que precisam de transmissão. Os investimentos não devem ser apenas mera previsão, porque são usinas que já foram leiloadas e os investimentos já foram contratados".

Energia eólica

O documento da EPE inclui os reforços, do Estado, no sistema de transmissão para escoamento dos parques eólicos vencedores do Leilão de Energia A-5 do ano de 2011, que contratou 39 centrais eólicas com capacidade somada de geração de 976 MW.

"O Ceará está passando a ser um produtor importante de energia elétrica por conta das eólicas. No Nordeste, a maior parte das obras (descritas no documento) também são para escoamento da nova geração eólica - dentro da região Nordeste e para as demais regiões", diz Picanço.

Leilões

Os empreendimentos previstos no PET referentes aos leilões de energia eólica no Ceará são nas regiões de Cruz e Aracati. São linhas de transmissões e subestações para "reforço necessário para escoar a geração dos empreendimentos" e para "solucionar problema de controle de tensão quando da entrada em operação das obras de transmissão", segundo o documento.

Funcionalidade

Picanço destaca que as linhas de transmissão são indispensáveis para viabilizar a geração de energia. "Boa parte são obras estruturais, para ampliar a capacidade de transmissão do sistema, acompanhando o crescimento da demanda de energia", ressalta. Desse modo, explica, as linhas de transmissão servirão tanto para servir como ponte para as unidades geradoras como, também, para escoar mais energia para as casas.

Já as subestações funcionam como meio de transmissão e distribuição de energia. Segundo Picanço, as linhas de transmissão e as subestações devem fazer parte de um plano integrado para disponibilizar energia.

"Existem parque eólicos prontos na Bahia que deveriam operar desde junho do ano passado, mas não funcionam porque as linhas de transmissão não foram concluídas", exemplifica.

Segundo o documento da EPE, foram selecionadas para constar do PET somente as obras cujos estudos de planejamento já tenham sido concluídos. Há previsão de empreendimentos a serem executados nos municípios de Acaraú, Aracati, Banabuiú, Cruz, Ibiapina, Milagres, Quixadá, Russas e Sobral.

Brasil

Um dos destaques do estudo é a construção da linha de transmissão da hidrelétrica Belo Monte, no Pará, que terá 2,14 mil quilômetros de extensão entre Pará e Minas Gerais e escoará até 4 mil MW até o Sudeste. O empreendimento, que será construído com a tecnologia de corrente contínua em tensão de 800 kV, tem investimento previsto em R$ 4 bilhões e está programado para entrar em operação comercial em janeiro de 2017.

Previsão

Em linhas de transmissão, o PET 2013-2017 prevê um acréscimo de 10,5 mil km de extensão em todo o País, demandando investimentos de R$ 8,4 bilhões. A EPE também considera a construção de 21 novas subestações, perfazendo um aporte de R$ 6,2 bilhões. Os projetos considerados no PET já tiveram os seus estudos concluídos e entrarão em operação entre 2013 e 2017, explicou a EPE, em comunicado.

A não realização das obras ou sua postergação deverá implicar em alterações correspondentes nos reforços da Rede Básica a elas associados, segundo a EPE.

Fonte: Diário do Nordeste 

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